“O que será pior?
Ser um robô com coração ou
um homem com coração de lata?”
Ele era um robô simpático. Sua boca era
desenhada com um permanente sorriso. Então, mesmo quando se tinha algum
problema, quando se estava triste, era só olhar para ele que você já se sentia
melhor. Era impressionante como ele fazia tudo, não propriamente as tarefas de
casa, mas como havia o diferencial do coração, ele sabia consolar as pessoas
como ninguém. Ele era muito otimista então, quando percebia algum desânimo,
quando a moral de alguém estava baixa, lá ia nosso robô por pra cima quem
precisava. Conversar com quem estava só e, principalmente, escutar quem
precisava falar, mas não encontrava mais ninguém interessado em ouvir.
Ele se tornou imprescindível, mas de uma
maneira suave, quase que despercebida. Como ele estava sempre ali, a postos
para se doar, ninguém percebia que a vida sem ele poderia ser mais dura, que
seria difícil viver sem olhar aquele sorriso permanente, sem as qualidades tão
sutis, que só um bom coração sabe doar.
Sim, todo mundo esqueceu que nosso robô com
sorriso permanente tinha um coração. Um coração que por algum milagre da
ciência de Deus e do Universo, batia normalmente, era lotado de emoções e nem
sempre estava feliz.
A rotina do nosso robô consistia em: depois
de suas tarefas, após sentir que todos estavam bem, ele marchava até o pequeno
espelho do seu quarto e...desesperadamente tentava chorar.
Mas robôs não choram, eles não possuem toda a
fisiologia necessária e mecanismos que dão a nós, seres humanos, a divina
dadiva de chorar, de deixar nossos olhos inchados e nosso rosto salgado do mar
de lágrimas. Que obra divina! Escorrem do nosso rosto!
Robôs não choram, isso é fato. Mas nosso robô
tinha um coração, que pulsava, sentia, doía, precisava, almejava apenas isso,
chorar.
O tempo passava e nosso robô nunca perdia a
esperança, um dia, que fosse apenas uma única vez, ele queria chorar. E você
sabe aquilo que a gente quer muito, cedo ou tarde acontece. Isso vale para os
robôs também.
E após muito tempo, um dia, em uma madrugada
fria, nosso robô conseguiu chorar. Ele chorou por horas a fio, quanto mais
chorava, mais seu coração ficava leve, mas ele era um robô. E suas lágrimas
eram tantas que...Sim, ele enferrujou, seus circuitos queimaram, e ele morreu
lentamente.
O que se percebia naquele robô com coração,
que por sinal continuava batendo, é que pela primeira vez, seu sorriso
desenhado, combinava perfeitamente com seus olhos, pois estes estavam felizes.
O coração está guardado, congelado em um
freezer cientifico em algum lugar do mundo. Antes de ser depositado em um robô
camarada, é preciso que não permita que a máquina seja tão sensível a ponto de
chorar e chorar até enferrujar.Apesar de todos os avanços, ainda não há
respostas para tão situação.
Aí a gente para um instante para pensar, e as
pessoas com coração de lata? Elas vão para praia, pegam chuva, tomam banho e lá
está o coração de lata com seu tic-tac tecnológico batendo sem parar. Nada
acontece. Mas o tempo é implacável, e sim, coração de lata com o tempo
enferruja e isso, mata também.
Moral da história: Nada de robôs comandados,
prestativos e obedientes, com sentimentos. Isso mata! E sim, nada de seres
humanos como coração de lata, demora mais machuca quem está ao redor, e mata
também.
O bom é a vida real, onde acertamos, erramos
um monte, nos orgulhamos, magoamos, somos magoados, onde choramos sim, as vezes
de tristeza, as vezes de tanto dar risada. E o melhor disso tudo, quando a
gente põe tudo isso pra fora, a gente não enferruja, a gente brilha!
Nossa!! Vida real!! Que bom sermos seres capazes de sentir, experimentar, chorar!! E não existe contradição melhor do que “chorar de rir”!! É uma sensação incrível, um descarrego, um “sai pra lá” em qualquer coisa que esteja te incomodando! Amo quando isso acontece! rs. E nós mulheres temos uma vantagem... Na maioria das vezes a emoção escorre naturalmente por nossos olhos, e aí... “...a gente não enferruja, a gente brilha!” lindo!! Rs
ResponderExcluirParabéns, Fátima!! Rs
beijos
Fati, parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirPor tudo pra fora, kkkk, as vezes eu nem preciso, só a minha cara já mostra tudo. Um beijo enorme. Muito sucesso pra você. Adriana.
PARABÉNS!! TEXTO VERDADEIRO COM O TOQUE DE FANTASIA NA MEDIDA.
ResponderExcluirLindo artigo, expressa a realidade dos seres humanos......... PARABENS !!!!!! THAIS MIRANDA
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