Revista Madame Brasil publica meu texto

O meu artigo "Sentido "Mãe" foi capa na revista Madame Brasil e eu conto sobre todas as emoções que senti quando me tornei mãe: desde todas as felicidades até a compreensão de como a minha mãe cuidava de mim.



Leia o texto na íntegra:

"No curto período de 24 horas, sou mulher, baba, serviçal, enfermeira, palhaça, criança... sou mãe"

Quando eu vi aqueles olhos imensos querendo abrir pra mim, me olhando com tanta expressão, tanta força. Naquele momento eu percebi que eu vivi todo esse tempo por aquele instante. Aquele pequeno ser que eu segurava dependia totalmente de mim. Precisava de mim para alimentá-lo, agasalhá-lo, lhe dar amor, carinho, passar valores, para um dia, lá na frente, eu me esgoelar berrando: Não esquece de levar o casaco!!!!!

Sim, ele precisava e precisa de mim! É fato! Mas o mais engraçado, mesmo com tantas constatações racionais e emocionais, é que, eu preciso muito mais dele!

Sim, preciso! Não vivo sem! Chega de sapatos e bolsas, adeus fazer as unhas toda semana, me olhar no espelho detalhadamente, enfim, agora é a hora da chupeta ideal, da mamadeira com bico anatômico, do bichinho de pelúcia mais fofo e, importante, antialérgico.

Meus questionamentos se modificaram, minhas prioridades se resumem ao amor incondicional. O egoísmo natural de todo ser humano, de uma maneira sobrenatural me deixou, sumiu!

Escuto dizer por aí que estou chata, que não me concentro mais, que não falo e nem penso em outra coisa que não seja meu bebê! E dai? Sim, estou compulsiva, enfiada no mundo do leite em pó, do primeiro dente, da consistência ideal do número dois, da pergunta que faço todos os dias para mim mesma: será que a cor dos olhos vai mudar? Pois é, estou absolutamente absorvida, abduzida, entregue a esse amor maior.

Consigo entender finalmente o que minha mãe sente quando olha pra mim! Entendo os cuidados todos, as broncas por coisas tão simples e a compreensão imediata por erros cometidos maiores do que o normal. Entendo as recomendações que nunca tem fim! Parei de me perguntar por que minha mãe ainda me pergunta se eu peguei o casaco, mesmo estando 40 graus, mesmo não morando mais na mesma casa, mesmo tantas coisas! Entendo a esperança em mim depositada, os sonhos que ainda existem! Compreendo as noites que ela ficou sem dormir, ou por eu ter febre, por me esperar da balada, por me consolar quando o primeiro amor terminou....

E quando sento para conversar com minha mãe, de um modo mágico e divino, eu sinto em mim o cheiro mais gostoso do mundo, o cheiro que acalma, que da paz, que acalanta, que ampara. Eu sinto o cheiro dela, da minha mãe, que agora, eu tenho também!


Um comentário:

  1. Para os que ainda tem tempo...preservem o relacionamento com a mãe e para os que não possuem mais, como eu, escreva uma nova história com os filhos.
    Fati, parabéns!
    Adriana

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