Pequena História




“Um homem vale tanto quanto ele estima a si mesmo”

Pedro era um menino tímido, era extremamente inteligente, tirava as melhores notas, tinha senso de humor também, ele sempre era o primeiro a rir de si mesmo, quase não tinha graça provocar Pedro, pois ele mesmo se detonava, sempre com humor. As meninas do colégio o achavam um charme, pois pro trás daqueles óculos quadradinhos, se escondiam lindos olhos castanhos, com cílios enormes! Ele tinha uma boca enorme e era um dos únicos a não usar aparelho. Era alto para sua idade e tinha ombros largos.



Mas Pedro não gostava de sua aparência, o que ele queria era ter olhos azuis como o pai, ser criativo e espirituoso como sua mãe, atlético como seu irmão mais velho, enfim.
Quando ele chegava em casa havia sempre uma cobrança de ..”Porque não estudou mais e em vez de 90, não tirou 100?”, “Porque você é tão míope que não consegue jogar futebol”, “Se você fosse mais baixo poderia ser piloto de Fórmula 1”, “Se fosse mais alto poderia jogar basquete”, “Se fosse menos tímido poderia se arriscar a conquistar a Aninha” e por ai vai. Havia muito amor na casa de Pedro, todos se amavam entre si, mas o amor maior de cada um era por si mesmo.

Pedro cresceu, se formou, é brilhante na profissão, aposentou os óculos, usa lentes, faz esporte e continua engraçado, achando coisas para rir de si mesmo, inventando “complexos”. Pedro namora, ela é uma boa mulher, mas não é a paixão de Pedro, afinal ele acredita que a tal paixão ia rir muito se soubesse de seus sentimentos por ela.

Pedro é um homem lindo e bem sucedido que ainda vive dentro daquele corpo de menino alto e desengonçado que se escondia atrás dos óculos. Vive uma vida morna, ri, mas não as gargalhadas; chora, mas jamais copiosamente; ama, mas sem intensidade e brilha, mas feito cristal embaçado.

Pedro é exatamente o que ele acredita ser. Não o que realmente é ou poderia ser, mas o que aprendeu a acreditar que era. Só Pedro tem o poder de olhar para dentro de si e revolucionar, romper barreiras, mudar valores, enlouquecer de amor, enfim mergulhar na loucura d o “eu mesmo” e ... Nascer de novo!

Será que ele vai ter coragem de sair do velho e confortável sofá onde se sentou por tantos anos e acredita ser o melhor para ele? Só nosso mais sábio e velho amigo, que é o tempo, nos dirá.Torço que todos os Pedros, Marias, enfim todos tenham a coragem de crescer e se olhar no espelho da vida com coragem e orgulho.

Eu, todos os dias acordo e depois de agradecer a Deus, aos céus, me falo a seguinte pergunta: “O que eu posso fazer hoje para ficar ainda mais feliz?”

Santo egoísmo!
Sabe, experimenta, isso dá muito certo!

Um comentário:

  1. Parabéns....muito bom mesmo o texto...realmente acredito que cada um de nós tem um "Pedro" nos limitando o crescimento...devemos sempre lutar para crescer e libertar nosso "eu" para o mundo.

    Luís Emilio de Moraes
    http://todospelodireito.blogspot.com

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